Como a DST e a Tagregados demoliram a Pedreira de Gouv茫es

Conte煤do Premium

A D&Ri fala com a DST (Domingos da Silva Teixeira) e a Tagregados, ambas do Grupo DST, sobre a recente demoli莽茫o e recupera莽茫o da Pedreira de Gouv茫es, em Portugal.

Aninhado no norte de Portugal, h谩 um lindo habitat verdejante de "terra lacustre" dentro do s铆tio protegido Natura 2000 de Alv茫o/Mar茫o, com 600 km虏, que parece ter estado l谩 sempre.

Mas, na verdade, 茅 uma albufeira 鈥� a Albufeira da Barragem de Gouv茫es, e existe h谩 apenas um ano, tendo sido criada pela constru莽茫o da Barragem de Gouv茫es e pela demoli莽茫o e recupera莽茫o da Pedreira de Gouv茫es.

DST desmontando as instala莽玫es de pedreira na Pedreira de Gouv茫es, em Portugal. A DST e a Tagregados, ambas do Grupo DST, demoliram e recuperaram a Pedreira de Gouv茫es, em Portugal. (FOTO: DST)

Sobre a Pedreira de Gouv茫es

A pedreira foi constru铆da especificamente para permitir que a gigante energ茅tica Iberdrola constru铆sse tr锚s barragens hidrel茅tricas nos rios T芒mega e Torno, na bacia do rio Douro, que coletivamente gerariam 6% das necessidades energ茅ticas do pa铆s.

Dessa forma, sua constru莽茫o, opera莽茫o e eventual desativa莽茫o das instala莽玫es da pedreira estavam sujeitas a uma forte regulamenta莽茫o ambiental.

A supervis茫o rigorosa das Autoridades Portuguesas, DGEG (Dire莽茫o Geral de Energia e Geologia), APA (Ag锚ncia Portuguesa do Ambiente), ICNF (Instituto de Conserva莽茫o da Natureza e das Florestas) e CCDR-N (Comiss茫o de Coordena莽茫o e Desenvolvimento da Regi茫o Norte) foi fundamental para o projeto desde o in铆cio.

Ao final dos oito anos de vida 煤til da pedreira 鈥� 茅poca em que j谩 havia produzido agregados para as tr锚s hidrel茅tricas 鈥� foi realizado um complexo procedimento de desconstru莽茫o para aplica莽茫o do plano de restaura莽茫o ambiental aprovado pela autoridade licenciadora.

Como tal, a sua constru莽茫o, opera莽茫o e desativa莽茫o estiveram sujeitas a uma regulamenta莽茫o e supervis茫o rigorosas da Dire莽茫o-Geral de Energia e Geologia (DGEG), da Ag锚ncia Portuguesa do Ambiente (APA), do Instituto de Conserva莽茫o da Natureza e das Florestas (ICNF) e da Comiss茫o de Coordena莽茫o e Desenvolvimento da Regi茫o Norte (CCDR-N), desde o in铆cio.

No final da vida 煤til de oito anos da pedreira, um complexo procedimento de desconstru莽茫o foi realizado para aplicar o plano de restaura莽茫o ambiental aprovado.

脗mbito das obras

A pedreira de 27 hectares compreendia uma planta de britagem de 8 hectares incorporando dez peneiras, um britador de mand铆bula, dois britadores c么nicos, um britador de eixo vertical, 1,5 km de correias transportadoras e seis silos de armazenamento.

Uma vista da pedreira do outro lado do rio Torneo antes do in铆cio da demoli莽茫o Do outro lado do rio Torno, pode-se ver a ensecadeira ao redor da pedreira. (FOTO: DST)


Dois lados da usina da pedreira foram cercados por uma ensecadeira gigante feita de filme de PEAD (polietileno de alta densidade), duas camadas de geot锚xtil, solo e um muro de conten莽茫o de enrocamento para proteger a pedreira das 谩guas do reservat贸rio.

Embora o escopo principal de trabalho da DST tenha sido a constru莽茫o das instala莽玫es da pedreira e a produ莽茫o de agregados para a constru莽茫o das barragens hidrel茅tricas, eles tamb茅m foram respons谩veis pelo fechamento da pedreira no final do projeto de infraestrutura.

Assim, a limpeza e restaura莽茫o do local apresentaram um conjunto 煤nico de desafios para a empreiteira principal DST.

O principal desses desafios era ter que concluir as obras em um prazo de apenas tr锚s meses. Para atingir isso, a DST determinou realizar a demoli莽茫o e a remedia莽茫o em duas fases distintas.

A primeira fase envolveria a remo莽茫o completa de todas as instala莽玫es, equipamentos, plantas e estruturas do local, com obras de restaura莽茫o do solo tamb茅m realizadas no mesmo per铆odo.

Ent茫o, ap贸s os testes do reservat贸rio pela Iberdrola, a segunda fase compreenderia a remo莽茫o da ensecadeira 鈥� a 煤ltima estrutura artificial no local.

Limpeza do local da pedreira

A DST iniciou a primeira fase do projeto dividindo o local em quatro zonas distintas, para que pudesse remover os silos e limpar a planta, os equipamentos, a infraestrutura e as instala莽玫es de suporte simultaneamente.

Cont锚ineres de transporte prontos no local da pedreira A planta e o equipamento desmontados da pedreira encheram 150 cont锚ineres de transporte. (FOTO: DST)


Nuno Faria, Gerente de Projetos do Grupo DST, diz: 鈥淭odo o a莽o da planta teve que ser cuidadosamente desmontado, pois seria transportado para Angola para uso em outra pedreira.

鈥淣o total, a planta e o equipamento encheram 150 cont锚ineres de transporte de 40 p茅s. Ent茫o, foi um grande desafio log铆stico.鈥�

Levantamento de cargas pesadas: desmontagem de estruturas gigantes

Uma parte fundamental desta primeira fase do projeto de demoli莽茫o foi o desmantelamento dos seis silos do local, que eram usados para armazenar 12.000 t de agregados.

Medindo 30 m de altura e com di芒metros de base variando de 9 a 11 m, os silos ficavam sobre uma laje de concreto armado.

鈥淐ada silo era composto por doze an茅is de metal, medindo 2 m de altura. Cada camada de anel tinha v谩rias placas de a莽o que eram aparafusadas umas 脿s outras e ao pr贸ximo anel鈥�, diz Nuno. 鈥淓nt茫o, para a montagem dos silos, usamos um guindaste, para testar a melhor forma de mont谩-los.

鈥淧rimeiro, tentamos erguer um silo peda莽o por peda莽o, um anel de cada vez. E na 茅poca, pensamos que essa tamb茅m seria a maneira mais f谩cil de desmantelar os silos.

鈥淣o entanto, rapidamente percebemos que isso poderia deformar o formato dos an茅is de metal.

鈥淓 como os silos, juntamente com todas as outras instala莽玫es e equipamentos, seriam transferidos para outro local e usados novamente, isso n茫o era algo que poder铆amos arriscar.鈥�

Nuno diz: 鈥淎l茅m disso, desmont谩-los pe莽a por pe莽a n茫o teria sido poss铆vel dentro do prazo de tr锚s meses que t铆nhamos para a demoli莽茫o.鈥�

No final, a DST montou cada silo diretamente sobre a laje, novamente um anel de cada vez, mas apenas at茅 metade da altura total.

Enquanto isso era feito, uma segunda equipe montava a metade superior de cada silo no ch茫o, que era ent茫o i莽ada para a metade da base do silo que j谩 estava na laje.

鈥淚sso nos deu algumas pistas reais sobre como poder铆amos acelerar o trabalho de desmontagem mais tarde鈥�, diz Nuno.

鈥淟evando em considera莽茫o as capacidades m谩ximas de carga do guindaste, decidimos desmontar os silos 鈥� n茫o em duas se莽玫es, mas em tr锚s se莽玫es. Com cada se莽茫o compreendendo cerca de quatro camadas de an茅is.鈥�

Nuno acrescenta que, como os silos j谩 estavam em uso h谩 quase oito anos, sua integridade estrutural tamb茅m foi uma considera莽茫o fundamental durante a desconstru莽茫o.

鈥淣茫o sab铆amos como o desgaste dos silos havia afetado sua estrutura. Ent茫o, quando precis谩vamos remov锚-los, t铆nhamos que ter cuidado extra.鈥�

Os seis silos gigantes no topo da laje de concreto A DST construiu um suporte transversal especialmente projetado que permitiu que o guindaste manuseasse com seguran莽a grandes se莽玫es dos seis silos da pedreira. (FOTO: DST)


鈥淧ara resolver o problema de deforma莽茫o das estruturas, projetamos uma travessa de sustenta莽茫o que foi fixada no guindaste鈥�, explica Nuno.

鈥淥 projeto permitiu que ele fosse fixado 脿s camadas de an茅is dos silos por meio de quatro pontos de fixa莽茫o, acomodando os di芒metros de 9, 9,5 e 11 m dos silos.

鈥淥 suporte transversal foi muito importante tanto para distribuir a carga quanto para evitar que o formato do anel das camadas do silo se distorcesse.

鈥淪im, perdemos algum tempo preparando e estudando, mas isso tamb茅m acelerou muito a velocidade com que conseguimos derrubar as estruturas.

鈥淓 isso foi fundamental para que pud茅ssemos concluir o trabalho no curto prazo de tr锚s meses que t铆nhamos, porque sab铆amos que demolir a laje onde os silos estavam instalados levaria muito tempo.

鈥淧ortanto, desenvolver o suporte cruzado provou ser uma verdadeira virada de jogo.鈥�

Foi necess谩ria uma for莽a-tarefa do DST de 20 trabalhadores de demoli莽茫o, usando dois guindastes telesc贸picos, quatro plataformas de eleva莽茫o, uma retroescavadeira, duas empilhadeiras e um caminh茫o guindaste, para concluir a desmontagem.

Remo莽茫o de estruturas de concreto armado

Com os silos removidos, a divis茫o especializada em demoli莽茫o, detona莽茫o e perfura莽茫o do DST Group, a Tagregados, p么de ent茫o demolir a laje de concreto sobre a qual eles estavam instalados.

Mas a essa altura, o empreiteiro especialista tinha apenas duas semanas para concluir a tarefa e, no final, esta provou ser uma das tarefas mais dif铆ceis do projeto.

A laje de concreto sendo demolida A laje de concreto era t茫o forte que foi necess谩ria a demoli莽茫o de dois conjuntos de pilares para iniciar uma ruptura em seu telhado arqueado. (FOTO: DST)


鈥淨uando voc锚 olha as fotos, parece pequeno. Mas n茫o era pequeno鈥�, diz Diogo Fonseca, gerente geral da Tagregados.

De fato, a laje media 60 m de comprimento por 12 m de largura e 1,5 m em seus pontos mais grossos 鈥� com mais de 350 t de a莽o e cerca de 1.200 m3 de concreto contidos somente na se莽茫o superior.

鈥淣贸s estudamos diferentes solu莽玫es antes de come莽ar a demoli莽茫o, incluindo o corte com fio diamantado. Mas n茫o sab铆amos como o fio diamantado lidaria com tanto a莽o, e determinamos que tamb茅m levaria muito tempo para fazer鈥�, explica Diogo.

鈥淭amb茅m exploramos o uso de explosivos para criar cortes-chave para abaixar a estrutura. Mas, novamente, com a quantidade de a莽o dentro da laje, isso n茫o nos deu um bom n铆vel de conforto para ter certeza do resultado.

鈥淧ara demolir a laje nas duas semanas que t铆nhamos, a 煤nica op莽茫o real era derrub谩-la mecanicamente.鈥�

Assim, a Tagregados utilizou seis escavadeiras hidr谩ulicas de 36 t, duas escavadeiras hidr谩ulicas de 24 t, um britador de mand铆bulas m贸vel e v谩rios martelos hidr谩ulicos, multiprocessadores e pulverizadores para a tarefa.

鈥淎 laje superior era sustentada por v谩rios conjuntos de pilares, que sustentavam se莽玫es com telhado em arco.

鈥淣o seu ponto mais grosso tinha 1,5 m de espessura e nos seus pontos mais estreitos tinha 1 m de espessura, ent茫o inicialmente pensamos que se retir谩ssemos os primeiros pilares, esse seria o ponto de ruptura鈥�, diz Diogo.

A laje sendo demolida Apesar dos desafios, a laje foi completamente removida dois dias antes do previsto. (FOTO: DST)


鈥淢as 茅 claro, porque ela foi projetada para carregar os silos de 30 m - e as 12.000 t de agregados dentro, a estrutura era t茫o forte que quando removemos os primeiros pilares, a laje superior n茫o se moveu. Ela ainda estava l谩. Porque em seus pontos mais estreitos, de 1 m de espessura, ela foi refor莽ada com tr锚s camadas de vergalh玫es de 32 mm.

"Ent茫o, quando removemos os primeiros pilares, nada aconteceu. Somente quando removemos o segundo conjunto de pilares, atingimos o ponto de ruptura na pr贸xima se莽茫o do telhado em arco em seu ponto mais estreito de 1 m.

鈥淓 esse padr茫o de quebra se repetia em cada segunda se莽茫o da laje. Ent茫o, certamente provava que ela era bem constru铆da. Era 脿 prova de balas.鈥�

Escavadoras da Tagregados demolindo laje de silo na Pedreira de Gouv茫es Escavadoras da Tagregados demolindo a laje do silo da Pedreira de Gouv茫es. (FOTO: DST)


Ap贸s um ciclo repetitivo de martelamento, cisalhamento, pulveriza莽茫o e britagem, cujo processo ocupou quase 3 ha de espa莽o, o a莽o e o concreto separados foram enviados para reciclagem.

Segundo Diogo, a demoli莽茫o da estrutura e a remo莽茫o dos escombros resultantes foram conclu铆das em apenas 12 dias 鈥� bem dentro do prazo estipulado de duas semanas.

Os restos de laje s茫o martelados por escavadeiras e carregados em um britador m贸vel Os res铆duos de concreto resultantes foram triturados no local antes de serem removidos para reciclagem. (FOTO: DST)

Desmantelamento de uma ensecadeira

A demoli莽茫o bem-sucedida da laje e a subsequente abertura da ensecadeira (por raz玫es de seguran莽a) sinalizaram o fim da primeira fase do projeto de demoli莽茫o e restaura莽茫o.

E, ap贸s um per铆odo de tr锚s meses em que a Iberdrola realizou os testes do rec茅m-criado reservat贸rio da Barragem de Gouv茫es, a DST deu in铆cio 脿 etapa final do projeto: o desmantelamento da gigantesca ensecadeira que protegia o local da pedreira das 谩guas do reservat贸rio.

Vista ampla da ensecadeira com uma abertura e m谩quinas trabalhando em cima dela A DST abriu a ensecadeira que circundava a pedreira em dois lugares, para permitir o escoamento das 谩guas do rec茅m-criado reservat贸rio da Barragem de Gouv茫es. (FOTO: DST)


鈥淨uando retomamos o trabalho no local, novamente tivemos apenas duas semanas para remover a ensecadeira鈥�, diz Nuno.

鈥淓 como o reservat贸rio estava agora operacional, o n铆vel da 谩gua estava subindo e descendo at茅 certos n铆veis.鈥�

A ensecadeira media mais de 0,5 km de comprimento e 5 m de altura, com uma base de at茅 30 m de largura e uma largura superior de 6 m.

Uma escavadeira trabalha no topo da ensecadeira A ensecadeira media mais de 0,5 km de comprimento, com uma altura de at茅 6 m. (FOTO: DST)


Ela era composta por solo, um muro de conten莽茫o de enrocamento, duas camadas de geot锚xtil (1.200 e 300 gr) com uma pel铆cula imperme谩vel de PEAD entre elas, que protegia o lado externo (lado da 谩gua) da estrutura.

Quando o n铆vel do reservat贸rio atingiu seu n铆vel mais baixo, o enorme processo de terraplenagem come莽ou e, no final, a ensecadeira foi completamente desmontada dois dias antes do previsto.

Quando todo o projeto da barragem hidrel茅trica foi conclu铆do, esta se莽茫o do outrora estreito Rio Torno foi transformada em um lago reservat贸rio funcional que, quando atingisse seu pico de n铆vel de 谩gua, cobriria a maior parte do local da Pedreira de Gouv茫es.

鈥淓m mais alguns anos, voc锚 ver谩 toda a 谩rea coberta de vegeta莽茫o. 脕rvores, arbustos, pastagens e a 谩gua 茅 tudo o que voc锚 conseguir谩 ver鈥�, conclui Nuno.

A Pedreira ganhou o Pr锚mio Europeu de Desenvolvimento Sustent谩vel, promovido pela UEPG.

O antigo local da Pedreira de Gouvaes 茅 agora um lago e zonas verdes O local da antiga Pedreira de Gouv茫es no Norte de Portugal. (FOTO: DST)
Mantenha-se conectado

Receba as informa莽玫es que voc锚 precisa, quando precisar, atrav茅s de nossas revistas, boletins informativos e briefings di谩rios l铆deres mundiais.

ENTRE EM CONTATO COM A EQUIPE
Andy Brown Editor, Editorial, Reino Unido - Wadhurst Tel: +44 (0) 1892 786224 E-mail: andy.brown@khl.com
Neil Gerrard Editor S锚nior, Editorial, Reino Unido - Wadhurst Tel: +44 (0) 7355 092 771 E-mail: neil.gerrard@khl.com
Catrin Jones Editor Assistente, Editorial, Reino Unido 鈥� Wadhurst Tel: +44 (0) 791 2298 133 E-mail: catrin.jones@khl.com
Eleanor Shefford Gerente de Marca Tel: +44 (0) 1892 786 236 E-mail: eleanor.shefford@khl.com
CONECTE-SE COM AS REDES SOCIAIS