Quem dá mais?

Conteúdo Premium

31 março 2014

CLA 14/3 Feature Ritchie bross

CLA 14/3 Feature Ritchie bross

Apesar de que na América Latina também estejam presentes, alguns leilões de equipamentos de construção usados ganham enormes proporções em outros países do mundo e terminam atraindo gente de todos os cantos do planeta. Esse foi o caso de um dos principais leilões do mundo, o da empresa canadense Ritchie Bros, em Orlando, Flórida, Estados Unidos. O evento colocou a disposição mais de 9,5 mil equipamentos provenientes de diversos países, dos quais 8,8 mil foram vendidos durante os seus dias do leilão.

Segundo a empresa organizadora, os principais clientes desse tipo de leilão, considerada pela Ritchie Bros como ‘o barômetro do ano� em relação às vendas, são principalmente clientes finais, sendo em sua maioria importantes clientes dos Estados Unidos, mas também médios e pequenos de outros países do mundo, incluindo latino-americanos. “Aproximadamente 85% dos clientes da Ritchie Bros. são normalmente compradores finais e 15% revendedores�, garante Ramiro Esparza, gerente regional de vendas responsável pela zona norte do México da empresa.

A companhia chegou a registrar US$3,8 bilhões de receita bruta por equipamentos vendidos em 2013 em seus 356 leilões realizados, sendo mais de US$1,4 bilhão proveniente de vendas pela internet. Especificamente em este leilão de Orlando, as vendas alcançaram mais de US$166 milhões.

Como funciona?

O leilão ao vivo funciona exatamente como nos filmes. O público interessado em participar do evento está sentado em uma plateia. Todos os participantes tem um número de registro e o preço dos equipamentos vai aumentando de acordo com o interesse dos compradores. As vendas dos equipamentos acontecem rapidamente. O processo exige muita atenção de todos. O silêncio na plateia é essencial para que o processo corra de forma organizada.

Mas não apenas está o leilão ao vivo. Ritchie Bros promove paralelamente outros dois: um virtual (para as máquinas que não podem rodar pela rampa, como guindastes, por exemplo) e a sincronizada (para acessórios e implementos, principalmente). Todos os equipamentos podem ser comprados desde o local do leilão ou por internet.

Há medidas severas de organização em tudo: registro de participantes, processos de pagamento e financiamento, entre outros. “Queremos que nossos clientes confiem em nós e fiquem tranquilos trabalhando com nossa empresa. Fazemos todo o possível para isso, inclusive nosso site é muito seguro e prático�, afirma Rob Blackadar, vice-presidente de contas especiais da empresa.

Existem clientes novos em cada leilão, mas há também os que já têm anos trabalhando com a empresa, explicam os organizadores. Estão também os considerados ‘VIP�, que gastam pelo menos US$5 milhões por ano nos leilões da canadense. A companhia também trabalha de forma separada com players importantes da indústria consideradas ‘contas especiais�, como Wacker Newson, CNH, John Deere, Hertz, BP, entre outros.

Vale a pena?

É possível comprar diversos tipos de equipamentos em leilões, além de implementos que são leiloados separadamente. Os equipamentos entram ao processo logo de uma detalhada revisão e sob diversas regras. Passam a se chamar ‘lotes�, recebem um número e são vendidos exatamente no estado que se encontram, deixando todas as características devidamente detalhada para os compradores.

“Esta é uma experiência muito positiva, uma relação entre comprador e vendedor onde todos ganham�, garante Oscar Ruiz, representante da empresa colombiana Sedinco Ltda. Cimentaciones Profundas, que esteve presente no leilão e garante que voltará para a próxima.

Clayton Rocha, gerente de mineração da Caterpillar Used Equipment Services Inc, participa a cinco anos dos leilões da Ritchie Bros e afirma que “leilão é sorte�. O brasileiro, que trabalha nos Estados Unidos, explica que o preço dos equipamentos varia de leilão para leilão e comenta que desta vez teve sorte. “As motoniveladoras que eu estava procurando saíram mais baratas do que pensei�, conta Rocha, quem também aproveitou o leilão de Orlando para a venda de tratores de esteiras e pás-carregadeiras Caterpillar.

Apesar de esse evento funcione sem reservas, muita gente deve estar se preguntando se realmente é conveniente comprar um equipamento usado nos Estados Unidos e logo somar as taxas de transporte, impostos, entre outros, principalmente se se deseja levar o equipamento para outro país.

José Rivera, um porto-riquenho com 20 anos de experiência em leilões e dono da empresa Jose Rivera Export, com sede em Tampa (Estados Unidos), conta que sua companhia revende os equipamentos adquiridos em diversos países, mas entre os latino-americanos, o principal destino é a Venezuela. Explica que Colômbia e Equador são um pouco mais exigentes com relação à antiguidade dos equipamentos, mas estão em segundo lugar na lista. Explica também que o único ao qual não revende os equipamentos é o Brasil, devido a suas leis protecionistas e as altas taxas de importação, entre outros obstáculos, que impedem a entrada de máquinas usadas ao país.

“Há muitas vantagens nos leilões, como comprar mais rápido e a um menor preço. Muitas vezes há vários equipamentos do mesmo modelo, então posso escolher o que me pareça melhor e, no máximo, em dois meses tenho a máquina ao meu poder�, garante o empresário, quem vai, em média, uma vez por mês a leilões de diversos leiloeiros e adquire especialmente empilhadeiras, geradores, pás carregadeiras e retroescavadeiras.

Rivera explica que para seus clientes de alguns países latino-americanos, o preço do equipamento que adquire em leilões continua sendo atrativo, mesmo considerando todas as taxas. “Apesar de todas as taxas de importação e transporte, os latino-americanos preferem levar máquinas daqui (Estados Unidos). Muitas vezes as que estão aqui, a pesar de serem usadas, têm tecnologia mais moderna e o preço pode ser mais conveniente�, explica.

Planos de expansão

A empresa Ritchie Bros, com 55 anos de experiência no ramo, possui mais de 44 instalações no mundo onde realiza seus leilões durante o ano todo. E os planos de continuar se expandindo continuam.

Em 2013, começaram com leilões na China e os olhos ainda estão direcionados para o gigante asiático. Mas, por outro lado, a América Latina não deixa de soar interessante para a companhia, que já realiza subastas no Panamá e no México a cinco e 13 anos, respectivamente.

“Estamos aumentando nossa participação nos países em desenvolvimento, os BRIC, além da América Central e da América do Sul�, comenta Rob Mcleod, CFO da empresa de leilões.

Segundo Karl Werner, chefe de operações de subastas, a empresa ainda não tem nada definido sobre os futuros destinos latino-americanos. “Isso ainda se está estudando. Definiremos isso dentro de alguns poucos anos�, garante.

No entanto, José Sánchez, gerente de território das Américas Central e Sul da Ritchie Bros. explica o que pode ser um plano provável para a companhia no curto prazo: “Panamá tem muitas vantagens. Uma ideia é levar todos os equipamentos de outros lados da América Latina e centralizar no país�.

Mantenha-se conectado

Receba as informações que você precisa, quando precisar, através de nossas revistas, boletins informativos e briefings diários líderes mundiais.

ENTRE EM CONTATO COM A EQUIPE
Andy Brown Editor, Editorial, Reino Unido - Wadhurst Tel: +44 (0) 1892 786224 E-mail: [email protected]
Neil Gerrard Editor Sênior, Editorial, Reino Unido - Wadhurst Tel: +44 (0) 7355 092 771 E-mail: [email protected]
Catrin Jones Editor Assistente, Editorial, Reino Unido � Wadhurst Tel: +44 (0) 791 2298 133 E-mail: [email protected]
Eleanor Shefford Gerente de Marca Tel: +44 (0) 1892 786 236 E-mail: [email protected]