O que o futuro reserva para a Argentina e seu mercado de constru莽茫o?

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A Argentina garantiu financiamento para desenvolver sua infraestrutura, mas um novo presidente pode ter planos diferentes. Catrin Jones analisa o que o futuro da constru莽茫o pode reservar.

A vis茫o do governo argentino para melhoria econ么mica e social tem se apoiado fortemente em atualiza莽玫es de infraestrutura por meio do envolvimento do estado. No entanto, essa abordagem provavelmente mudar谩 com a elei莽茫o de Javier Milei, que derrotou o ex-ministro das finan莽as Sergio Massa e se tornou presidente no final do ano passado.

Atividade de constru莽茫o na Argentina est谩 em queda (Foto: AdobeStock)

Milei herda um pa铆s com problemas graves, incluindo infla莽茫o e aumento da pobreza, e uma das quest玫es que ele precisar谩 abordar 茅 a infraestrutura do pa铆s. De acordo com o Global Infrastructure Outlook (o centro de an谩lise de infraestrutura do G20), os investimentos planejados em infraestrutura da Argentina precisam ser em torno de 1,68% do Produto Interno Bruto (PIB) todo ano at茅 2040 para atingir um crescimento de 3% do PIB.

A Argentina planejou investir aproximadamente US$ 452 bilh玫es at茅 2040 em projetos de infraestrutura. Esse investimento visa fechar a lacuna de infraestrutura no pa铆s, especialmente em 谩reas como transporte ferrovi谩rio, infraestrutura h铆drica e estradas.

O Banco Interamericano de Desenvolvimento e o Banco Mundial se comprometeram a financiar novas estradas, ferrovias, portos e servi莽os p煤blicos durante o governo anterior da Argentina. No entanto, houve uma mudan莽a nas prioridades de infraestrutura por setor e escalabilidade.

No curto prazo, a antiga administra莽茫o do governo argentino estava focada em projetos de infraestrutura de pequena escala 鈥� na faixa de US$ 20 milh玫es 鈥� incluindo oportunidades para empresas locais, em um esfor莽o para criar empregos locais.

Os principais projetos priorit谩rios do governo incluem a constru莽茫o de oleodutos para transporte de hidrocarbonetos, moderniza莽茫o ferrovi谩ria e expans茫o de linhas de transmiss茫o de energia existentes, bem como infraestrutura relacionada ao setor de minera莽茫o.

N茫o se sabe o quanto essas prioridades mudar茫o agora que Milei 茅 presidente, embora ele tenha deixado claro que quer reduzir drasticamente o tamanho do governo e promover o livre com茅rcio. Acredita-se que ele poderia reduzir o papel do Estado em todos os setores da economia, incluindo distribui莽茫o de energia, opera莽茫o de estradas e servi莽os de 谩gua, entregando-os ao setor privado.

Renova莽茫o da infraestrutura rodovi谩ria

Estima-se que menos de 35% das estradas da Argentina sejam pavimentadas, uma propor莽茫o menor em compara莽茫o a pa铆ses vizinhos como Paraguai e Venezuela. O pa铆s tem um projeto ambicioso para melhorar suas estradas e infraestrutura de transporte nos pr贸ximos anos.

O financiamento p煤blico da Argentina apoia exclusivamente o setor de infraestrutura, e isso frequentemente vem com o apoio adicional de ag锚ncias internacionais. Mais recentemente, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou um pacote de cr茅dito no valor de US$ 1 bilh茫o para financiar a constru莽茫o de uma nova ponte sobre o Rio Paran谩 no nordeste da Argentina.

O conselho do banco deu sinal verde para uma linha de cr茅dito de US$ 700 milh玫es e um 鈥減rimeiro empr茅stimo鈥� de US$ 345 milh玫es para construir uma ponte entre as prov铆ncias de Chaco e Corrientes, juntamente com as estradas de acesso necess谩rias.

Duas prov铆ncias est茫o atualmente conectadas pela Ponte General Manuel Belgrano de duas pistas (Foto: Por Jara-Arroyo - Trabalho pr贸prio, CC BY-SA 4.0)

O BID declarou que a ponte beneficiaria 870.000 pessoas, e estima-se que 88.000 pessoas a usariam diariamente. A constru莽茫o incluir谩 a constru莽茫o de uma ponte estaiada de 772 m, 5,6 km de viadutos e 28 km de infraestrutura rodovi谩ria relacionada.

O custo total do projeto ser谩 financiado por um empr茅stimo de US$ 345 milh玫es.

O pa铆s tamb茅m busca renovar sua infraestrutura ferrovi谩ria, com planos de reformar mais de 1.500 km de liga莽玫es do norte e oeste at茅 os portos de Ros谩rio e Buenos Aires para facilitar as exporta莽玫es.

Mais recentemente, o governo iniciou negocia莽玫es com a China Machinery Engineering Corporation (CMEC) para investir na rede ferrovi谩ria do pa铆s.

O ex-ministro dos Transportes, Diego Giuliano, que deixou o cargo em dezembro de 2023, manteve negocia莽玫es com a CMEC para garantir um investimento de US$ 816 milh玫es em infraestrutura ferrovi谩ria e material rodante, como parte de um acordo anterior entre as duas partes.

Investimento chin锚s na Argentina

Giuliano disse: 鈥淰amos trabalhar com a CMEC em [鈥 um contrato que come莽ou em 2006 para obras ferrovi谩rias que devem ser desbloqueadas para que um investimento de US$ 816 milh玫es possa come莽ar.鈥�

O governo comentou em um comunicado 脿 imprensa que as negocia莽玫es seguiram conversas anteriores realizadas por Sergio Massa, ex-ministro da economia do pa铆s, e Wang Dongwei, vice-ministro das finan莽as da China. Elas se concentraram em torno da provis茫o de US$ 3 bilh玫es em empr茅stimos para seis projetos ferrovi谩rios na Argentina.

Nos 煤ltimos 17 anos, a CMEC tem sido uma participante ativa no setor ferrovi谩rio argentino. Seu foco tem sido o desenvolvimento da rede de carga Belgrano Cargas 鈥� a rede abrange um total de 15.305 km.

Em setembro de 2015, a CMEC anunciou que dobraria seu investimento na rede de US$ 2,4 bilh玫es para US$ 4,8 bilh玫es. Como resultado, a empresa j谩 concluiu reformas em mais de 200 km de trilhos e construiu v谩rias pontes novas como parte de seus projetos de infraestrutura.

Mais investimentos foram garantidos com outros investidores chineses. Em junho de 2023, uma delega莽茫o argentina garantiu US$ 3 bilh玫es em investimentos de institui莽玫es chinesas para financiar projetos de infraestrutura na Argentina.

A Argentina planejava investir aproximadamente US$ 452 bilh玫es at茅 2040 em projetos de infraestrutura (Foto: AdobeStock)

Sergio Massa assinou conjuntamente o acordo, parte da estrat茅gia global de desenvolvimento de infraestrutura da China, a Iniciativa Cintur茫o e Rota (BRI), com o vice-presidente da Comiss茫o Nacional de Desenvolvimento e Reforma, Li Chunlin.

O plano de coopera莽茫o entre China e Argentina dever谩 aprofundar ainda mais a coopera莽茫o econ么mica e comercial bilateral.

O Banco da China (BOC), o Banco de Desenvolvimento da China (CDB), o Banco CITIC da China, o Banco de Exporta莽茫o e Importa莽茫o da China (Eximbank) e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) est茫o entre as entidades que financiar茫o obras de infraestrutura na Argentina.

Alguns dos projetos que receber茫o financiamento incluem a repotencia莽茫o de Belgrano Cargas II, um projeto de reabilita莽茫o que prev锚 novas obras ferrovi谩rias, e o projeto Ferrovia Roca, com investimento de US$ 236 milh玫es.

O CITIC Bank financiar谩 obras de saneamento e esta莽茫o de tratamento de 谩gua para a AySA, empresa estatal argentina que fornece servi莽os de 谩gua encanada e esgoto, em Esteban Echeverria-Ezeiza, Laferrere e San Justo, em Buenos Aires, por US$ 650 milh玫es.

De acordo com o Global Times , um especialista chin锚s disse que o plano de coopera莽茫o ser谩 de 鈥渋mport芒ncia exemplar鈥� para os principais pa铆ses latino-americanos que ainda n茫o assinaram o Memorando de Entendimento (MoU) com a China.

A China espera que outros pa铆ses da Am茅rica Latina sigam o exemplo da Argentina e se juntem 脿 Iniciativa do Cintur茫o e Rota para promover seu desenvolvimento de infraestrutura.

Muito precisa ser feito para atualizar a infraestrutura da Argentina e, no momento, a China 茅 uma investidora disposta. A pr贸xima d茅cada decidir谩 se a Argentina construiu e reconstruiu infraestrutura suficiente para ser l铆der entre outros pa铆ses latino-americanos.

A abordagem que o novo governo de Javier Milei adotar para o setor tamb茅m ser谩 fundamental. Resta saber se sua prefer锚ncia de entregar o trabalho do estado para o setor privado tem um impacto positivo ou n茫o em um pa铆s que precisa desesperadamente que sua infraestrutura seja atualizada e investida.

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